Poucas Horas de Sono Podem Aumentar o Risco de Demência.

Publicado em 13 de maio de 2021 em Demências e Alzheimer por Juliana Martinelli.

Um estudo longitudinal, publicado em outubro de 2020, associa as horas de sono com a incidência de demência. A análise de dados sobre a duração do sono de quase 8.000 participantes e um longo acompanhamento para demência sugere que a curta duração do sono na meia-idade está associada ao aumento do risco de demência incidente. Sabe-se que mudanças nos padrões de sono são comuns em pessoas com doença de Alzheimer e outras doenças neuro-degenerativas.

Acredita-se que essas mudanças resultem da desregulação do ciclo vigília-sono devido a processos fisiopatológicos na demência. Particularmente aqueles que afetam o hipotálamo e o tronco cerebral. Além dos distúrbios do sono (dormir de dia, ter insônia à noite, dormir por períodos muito longos, etc), há um interesse crescente na associação entre duração do sono e demência pelos cientistas. Assim, começaram estudos observacionais. Tais estudos mostram que tanto a curta quanto a longa duração do sono em idades entre 50 e 70 anos estão associadas ao aumento do risco de declínio cognitivo e demência. Alguns estudos também relatam que a mudança na duração do sono em idosos está associada ao risco de demência.Neste trabalho, foram usados dados do estudo de coorte Whitehall II. Tal banco de dados abrange 30 anos para examinar a associação da duração do sono aos 50, 60 e 70 anos de idade com demência incidente. E para investigar se os padrões de mudança na duração do sono durante este período foram associados com demência. Nas análises, examinaram se os transtornos mentais na meia-idade afetam a associação da duração do sono com a demência.

E descobriram que a curta duração do sono na meia-idade está associada a um maior risco de demência mais tarde na vida. Independentemente de fatores socio-demográficos, comportamentais, cardio-metabólicos e de saúde mental, poucas horas de sono pode aumentar o risco de doença demencial a partir de 70 anos de idade. Ainda não se estabeleceu a relação de causa e efeito. Ou seja, não se sabe explicar por quê isso acontece. Apenas há uma correlação estatística dos dados que estabelecem a relação dos fatos.A menor incidência de demência por 1000 pessoas-ano foi observada entre aqueles que dormiam 7 horas por noite. Independentemente da idade em que a duração do sono foi medida. Na análise ajustada para fatores socio-demográficos, a curta duração do sono foi associada ao maior risco de ocorrência de demência em todas as idades.

Lembrando que foram usados apenas dados de pessoas que tinham entre 50 e 70 anos. A curta duração do sono persistente foi associada a um risco aumentado de demência em comparação com aqueles com duração normal do sono persistente. Em comparação com 7 horas de sono, a duração do sono menor que 6 horas por noite foi associada ao maior risco de demência. Enquanto a duração do sono maior que 8 horas por noite não foi associada ao risco de demência estatisticamente relevante. Sendo assim, tenha mais atenção à quantidade e qualidade de suas horas de sono. Alguns alimentos podem ajudar, assim como hábitos saudáveis de atividade física regular.

Fonte: Revista Nature

https://www.nature.com/articles/s41467-021-22354-2.pdf. Fonte: Portal do Idoso.