Alimentação saudável ajuda a manter a ansiedade longe, afirma especialista

Depois de um 2020 desafiador por conta de uma pandemia que ainda deve durar alguns meses, buscar alternativas para manter a saúde física e mental em dia é ordem. Uma dica é começar pela alimentação que, de acordo com especialistas, contribui para aliviar a ansiedade – condição que afeta quase 10% dos brasileiros.

O tema ganha ainda mais tônica neste mês, quando é realizada a campanha Janeiro Branco. O intuito da iniciativa é reforçar a necessidade de cuidar da saúde mental. Estimativas dão conta de que, a cada cem pessoas, 30 vão apresentar patologias como a ansiedade.

Condição que, afirma o clínico geral Lucas Penchel, leva as pessoas a comerem de forma desregrada. O excesso na má alimentação, por sua vez, contribui para o aparecimento de mais problemas de saúde.

“Também recomendo o consumo dos chás verde, camomila, erva-doce, cidreira e hortelã, que cooperam no processo de digestão e são calmantes naturais. Eles devem ser consumidos sem a adição de açúcar” (Lucas Penchel, clínico geral).

Segundo o médico, o consumo de açúcar e gordura estimula a liberação dos hormônios da endorfina e serotonina nas correntes sanguíneas, proporcionando bem-estar e relaxamento quase que imediato a nossos organismos. Porém, com o passar dos anos, esse tipo de alimentação pode influenciar no aumento de peso e no surgimento de hipertensão, diabetes, obesidade e refluxo, dentre outras doenças.
“Por estes motivos é essencial que os pacientes entendam a relação entre alimentação e ansiedade e assim adotem novos hábitos, introduzindo nas dietas pratos saudáveis e nutritivos, que tragam boas sensações e ajudem a minimizar os sinais do distúrbio”, destaca Lucas Penchel.

Substituições
Com sabor semelhante ao do chocolate, a alfarroba pode ser alternativa para os doces. Com esse fruto é possível fazer barrinhas e cremes. A opção, diz o clínico geral, é pouco calórica e rica em magnésio, polifenóis e antioxidantes que auxiliam na prevenção ao envelhecimento precoce.

“Outros alimentos que possuem magnésio e cálcio e ajudam a acalmar o nosso organismo, assim como a alfarroba, são a soja, nozes, iogurte desnatado, sardinha, salmão, brócolis e couve”, complementa.
A vitamina C, presente em frutas como laranja, tangerina e limão, também entra na lista de recomendações. “Elas contribuem para a diminuição da produção do hormônio cortisol, que é liberado em situações de estresse, promovem o funcionamento eficiente do sistema nervoso e elevam a sensação de bem-estar”, explica o médico.

Causa de insônia
Ansiedade, estresse e tempo gasto com o celular antes de ir para a cama são as causas da insônia relatada por 26% dos mineiros na pesquisa “Mapa do Sono dos Brasileiros”. O levantamento foi encomendado pela biofarmacêutica Takeda e realizado pelo Ibope.
O índice no Estado é cinco pontos mais alto que a média nacional de 21%. Ainda segundo a pesquisa, as mulheres (71%) são as que mais sofrem com esse mal.

Não tratada corretamente, de acordo com o estudo, a dificuldade para dormir pode afetar muito a vida do indivíduo. Porém, o levantamento apontou que quem sofre com insônia demora cerca de seis meses para buscar tratamento.

“Esses dados chamam a atenção porque sugerem que o brasileiro visita o médico com baixa frequência para tratar das queixas em relação ao sono, reforçando o pouco conhecimento a respeito da doença”, explicou o cardiologista Luciano Drager, vice-presidente da Associação Brasileira de Medicina do Sono.